Teresa de Saldanha: Pedagogia do Amor
Teresa nasceu a 4 de Setembro de 1837, no palácio da Anunciada, em Lisboa, rodeada de muito afeto e ternura.
Os seus pais, os Condes de Rio Maior, D. Isabel Maria de Sousa Botelho e João Maria do Sacramento de Saldanha, quiseram batizá-la no dia seguinte ao do seu nascimento. Foi este, um dia de imensa felicidade.
Teresa era viva mas terna e doce, traquina mas pacificadora.
Uma menina que viveu momentos de festa e de lazer. Educada pela mãe e por professores particulares, gostava das artes e da cultura. Tinha um grande ideal, Fazer o Bem Sempre e onde fosse possível.
Um dia, ao pintar um quadro de Cristo Crucificado, sentiu um grande desejo de se consagrar a Deus, dedicando-se aos crucificados da História.
Teresa viveu e conviveu com o Liberalismo e recebeu dele o amor à liberdade...
Rodeada de tudo, pensava nos que nada tinham; nas meninas pobres; nos sem cultura e sem Deus. Para eles viveu, para eles fundou uma Associação, escolas e colégios…
Em pedagogia, foi percursora do nosso tempo. O seu lema era: Educar o Espírito, o Coração e a Inteligência, numa relação próxima, afetiva e confiante.
Desenvolveu uma educação personalizada, baseada no afeto e na ternura, a pedagogia do amor. Queria que, nas suas escolas, houvesse carinhos de mães em todas as professoras, cuidados em todos os instantes nas diretoras para que educadores e classes se transformassem numa comunhão alegre e tranquila de mães e filhas. Desejava que a escola fosse um abrigo maternal.
Teresa sonha, luta com ousadia e determinação para concretizar o seu ideal: consagrar-se a Deus e fundar uma congregação religiosa, dedicada à educação. Restaura, assim, em 1868, a vida religiosa em Portugal.
Defendeu a liberdade e a igualdade da mulher, a sua emancipação, os seus direitos. Considerou-a capaz de ser autónoma, de tomar decisões, de assumir lideranças.
Perseguida pela República, não desanima certa de que Deus nos olha sorrindo para nos dar força. Refugiou-se no palácio onde nascera. Logo se ouviu, nos jardins o estrondo de uma bomba. Para salvaguardar a família, Teresa foi viver numa pequenina casa, na rua Gomes Freire.
As Irmãs saem para outros países da Europa e da América., espalhando a semente do Evangelho sob o lema, FAZER O BEM SEMPRE E ONDE SEJA POSSIVEL.
A 8 de Janeiro de 1916, Teresa parte deste mundo, para Deus, o seu maior tesouro, a sua única esperança. As Irmãs Dominicanas e os seus amigos continuam hoje a semear o Evangelho com a força da Fé e com o calor do coração.